segunda-feira, 17 de março de 2014

Em artigo, Bittar diz que corruptos no PTsão premiados com novos cargos públicos

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Deputado Marcio Bittar
FALTA COMPOSTURA

Marcio Bittar*
O Brasil vive uma crise na política que atingiu o seu tecido moral e está deixando a sociedade descrente do futuro. Nos tempos de hoje, são raros os exemplos de conduta política norteada pelo patriotismo ou moralidade. Antes ao contrário, o modelo vigente é o da corrupção e da manutenção no poder, com a utilização de métodos que flertam com a ilegalidade.
Mas não foi sempre assim. O Brasil já conviveu com homens públicos que colocavam os interesses da nação acima dos interesses e vantagens pessoais.
Lembro-me do exemplo de Tancredo Neves, que costurou um acordo político através do parlamentarismo para garantir a posse de João Goulart, imerso em uma grave crise com os militares.
Outro exemplo edificante foi o do Dr. Ulysses Guimarães, que abdicou do seu desejo de ser candidato à Presidência da República para apoiar o nome de Tancredo Neves, que se candidatou para apressar a transição do regime autoritário para a democracia.
Coincidentemente, naquele momento histórico o PT resolveu abster-se da votação e expulsou três parlamentares que votaram em Tancredo, optando por excluir-se do debate sobre a volta da democracia por vias pacíficas.
Durante o período de instabilidade política que resultou no impeachment do Presidente Collor, o saudoso Itamar Franco deu mais um exemplo de patriotismo ao buscar a coalizão política, convidando membros dos mais diferentes espectros ideológicos para compor o seu governo. De novo o PT procurou manter-se distante da conciliação e suspendeu a deputada Luiza Erundina, que havia atendido ao chamado do entendimento e assumido o Ministério da Administração.
Após a dura campanha política de 2002, durante a posse de Lula, vimos um exemplo de democracia e espírito republicano por parte de Fernando Henrique Cardoso que, ao transmitir a faixa presidencial, procurou demonstrar que as rusgas da campanha política tinham ficado para trás. O abraço que deu no seu sucessor foi acompanhado de vaias e apupos da militância petista comunista.
Aliás, a grande marca de Fernando Henrique Cardoso foi a do diálogo. Sua grande estratégia de governo era a convergência, por isso afirmava: “Guardarei as armas do interesse pessoal, partidário ou mesmo dos egoísmos nacionais sempre que vislumbrar uma estratégia de convergência que permita dias melhores no futuro.”
Estes são alguns exemplos de um espírito que não encontramos mais. O país vive um grave momento de decomposição moral. O petismo e seus devotos agem como se fosse pecado perder uma eleição e não medem esforços e métodos espúrios para garantir a vitória. Nada mais é proibido, nem mesmo participar de desfiles carnavalescos enquanto a população sofre os efeitos de enchentes catastróficas. À elite tudo é permitido, à população são destinadas promessas vazias.
Os governos petistas tratam de menosprezar as leis e as decisões judiciais. Secretários de Estado acusados de corrupção são premiados com novos cargos públicos de alta relevância ou, nas raras vezes em que são presos, são brindados com “vaquinhas’ para arrecadar os valores para pagamentos das multas impostas pela justiça”. Construtoras flagradas em obras superfaturadas são premiadas, pelo governo federal, com mais obras e, quem sabe, novos superfaturamentos. Antigos adversários, acusados de “corruptos”, são aliados de primeira grandeza, em acordos políticos que lesam a República. Esta é a forma do petismo perpetuar-se no poder.
Cumpre às pessoas de bem, aos políticos que prezam valores éticos revogar essa lei da selva. Tancredo Neves já nos ensinou que “Um acordo político tem de ser feito em torno de princípios”, Precisamos dizer a todos que o Brasil tem limites e estes limites são determinados pela ética.
* Marcio Bittar é Deputado Federal pelo PSDB/AC, Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados e Presidente da Executiva Estadual do PSDB/AC
Da Redação Da Agência ContilNet

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