quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

'Quatro crianças morreram porque o Governo não mandou remédio', diz cacique

Denúncia partiu do cacique Antônio Kulina, de Santa Rosa.

 
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“Nunca mandaram remédio para Santa Rosa", denuncia líder indígena/Foto: Agência ContilNet
O portal Agência ContilNet noticiou um manifesto realizado em frente à Casa de Saúde Indígena (Casai) na manhã desta quinta-feira (20). Segundo a publicação, diversas tribos indígenas se concentraram em frente ao órgão, em um ato de protesto.

Tribos de três estados - Boca do Acre (AM), Extrema (RO), e Sena Madureira, Santa Rosa, Manoel Urbano e Assis Brasil (AC) - se reuniram para exigir que mudanças na gestão sejam realizadas.
Só que a manifestação ultrapassa os limites abordados pelos principais sites de notícias do Acre: a restituição do diretor do órgão, Raimundo Costa.
O cacique Antônio Kulina, em entrevista à Agência ContilNet, relata que somente neste mês quatro crianças morreram em sua aldeia por falta de remédio. As crianças foram vítimas de uma virose e não resistiram.
“Nunca mandaram remédio para Santa Rosa. Já morreram quatro crianças porque não tem remédio. Nem na aldeia nem em postos de saúde; nem a prefeitura e nem ninguém ajuda”, relata o cacique.
Sobre as providências em relação a essas mortes de crianças, provocadas por uma virose sobre a qual não há maiores informações, um índio dispara: “A Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) é desse jeito”.
O descaso para com os índios já foi abordado pelo jornalismo da ContilNet. Em reportagem, a jornalista Silvânia Pinheiro denunciou a situação dos índios, bem como o descaso que estes sofrem.
De acordo com a jornalista, de dezembro de 2011 a fevereiro de 2012, pelo menos 22 crianças indígenas morreram no Acre, vítimas de um surto de rotavírus que atingiu várias aldeias em Santa Rosa do Purus.
A reportagem também tratou do avanço de doenças como desnutrição, hepatite B, malária, rotavírus, câncer, leishmaniose e tuberculose, “que ameaçam dizimar uma população que já amarga com a carência de medicamentos, hospitais e um tratamento humano adequado para suas condições sociais”, conforme a publicação.
Porém, desde a publicação da matéria jornalística, em março de 2012, até os dias atuais, nada mudou. E, de acordo com informações, manifestações como esta acontecerão até que a situação se resolva e o diretor da Casai seja exonerado.

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