Denunciam
ainda que, com a conivência dos policiais, tudo entra no presídio sem
qualquer problema, desde que seja pago uma quantia.
Odailton ficou bastante ferido e sequer foi limpo no hospital onde ficou algemado à cama. No fundo, Antonio foi furado por faca
O
presídio Villa Bush, localizado no departamento (Estado) de Pando,
distante cerca de 20 quilômetros e que tem como capital a cidade de
Cobija, foi palco de uma quase carnificina humana praticada por cerca de
120 detentos bolivianos, contra cinco brasileiros apenas.
Como resultado, um
brasileiro de Rio Branco identificado apenas pelo apelido de “LEKE”, foi
brutalmente espancado até a morte e poderá ser enterrado como
indigente. A vítima foi assassinada a golpes de pau e terçado (facão) e
teve sua cabeça praticamente esfacelada, morrendo dentro do presídio.
Segundo familiares dos
brasileiros, tudo começou por volta das 23:30 de segunda-feira, dia 11, e
terminou por volta das 3:00 da madrugada desta terça-feira, sem
qualquer interferência por parte dos policiais do presídio, que ficaram
inertes por horas, a não ser no momento para retirar àqueles que estavam
caídos no chão depois de muito apanhar.
Denunciam ainda que, com a
conivência dos policiais, tudo entra no presídio sem qualquer problema,
desde que seja pago uma quantia.
“Qualquer 100 bolivianos
(cerca de 35 reais), é o passe para que bebidas, drogas e armas branca
(faca) entrem sem que seja visto”, denuncia um dos parentes.
Em
Cobija, Hospital Roberto Galindo,pra onde as vítimas brasileiras foram
levadas e familiares esparavam notícias/Fotos: O Alto Acre
Um
dos parentes e uma das esposas relatou momentos de terror desde quando
começou. “Foi horrível e me sentir impotente diante de tanto descaso por
parte dos policiais. Eles não faziam nada para ajudar ou tentar impedir
e só nos restavam ficar ouvindo os gritos de socorro e barulho que era
terrível”, disse.
Completou dizendo; “Após
horas de gritaria e espancamento, foi a vez dos policiais entrar jogando
gás lacrimogêneo e bater nos brasileiros. Quando saiam carregando os
feridos com braços quebrados, furado de faca e com marcas pelo corpo de
tanto apanhar, novamente eram espancados. Foi horrível!”, finalizou.
O atendimento no hospital
Roberto Galindo foi outro detalhe. Os feridos sequer receberam os
primeiros socorros, onde apenas um pedaço de gaze para cobrir o
ferimento e um soro foi disponibilizado aos gravemente machucados e nem
mesmo foram limpos.
Marcas do espancamento sofrido durante a rebelião no presídio de Villa Bush, em Pando (Bolívia)
Dois
dos feridos, que sofreram cortes na cabeça e um dos braços quebrados a
golpes de madeira, sequer tiveram os ferimentos limpos. Familiares
contam que, foram retirados do hospital com apenas uma faixa na cabeça e
levados de volta ao presídio e foram algemados numa espécie de sala sem
teto (local para tomar banho de sol).
Enquanto os brasileiros
foram levados ao hospital, os bolivianos saquearam tudo o que puderam
das celas e ameaçaram de morte os que voltarem. Não se sabe o total de
presos de nacionalidade brasileira que cumprem pena no presídio de Villa
Bush.
Dois dos sobreviventes que
estão no Hospital Roberto Galindo em Cobija, estão sendo acusados de
crimes que, segundo os familiares, não existem prova contra eles. O caso
do jovem Gabriel Silva Santos (18), foi acusado de matar um boliviano a
dois anos atrás e existe apenas depoimento dos familiares.
O
caso de Odailton Barbosa da Silva (26), natural de Epitaciolândia, está
preso a cerca de três meses acusado de estupro numa comunidade onde
trabalhava. Mesmo com testemunhos de várias pessoas que estaria longe do
local do crime, foi detido e levado ao presídio.
Mais informações a qualquer
momento sobre a rebelião. Veja reportagem com Almir Andrade com dois
familiares das vítimas que denunciam o descaso por parte das autoridades
bolivianas.
Fonte:
Um comentário:
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